Meu atual grande desafio, talvez o maior de minha vida: vencer um Câncer
O sonho de ir para o Canadá, onde residem os meus três filhos e minha nora, em 2011, teve que ser posto de lado. Pelo menos temporariamente, uma vez que quis o destino me entregar uma árdua batalha, vencer um Câncer, um desconhecido, um enigma, que ao ser anunciado traz junto consigo uma sentença de morte. Não tem como se descrever esse sentimento inicial, de dúvidas, de desânimo e de uma tristeza infinita.
O câncer, chega sem avisar, surpreende a todos, traz uma dor infinita, um sofrimento imensurável. É uma doença solitária, desconhecida, que corrói suas entranhas, que consome suas energias e se utiliza de suas ferramentas biológicas para te destruir.
Fui arrancada violentamente do meu cotidiano “normal” para o leito de um hospital, tendo que travar uma luta desconhecida, em que sua opinião, seus desejos, suas necessidades são postas em segundo plano.
Não importa mais seus sonhos, seus planos, seus desejos mais simples como ver o exterior e admirar o dia amanhecer, abrir a janela do seu quarto e deixar o sol entrar. Ouvir o canto dos pássaros... Simplesmente viver...
Não importa mais os seu planos, presentes ou futuros, nada importa mais.
Abre-se um campo de batalha em que a ciência determina um Protocolo de Tratamento quimioterápico e você deverá segui-lo a risca sem questionamentos.
Voce tem que acreditar que a ciência está do seu lado, com armas potentes contra essas células enlouquecidas que resolveram se instalar no seu ser, no seu íntimo, nas suas entranhas.
Hoje vivo um mundo tão irreal que me deparo com a tristeza batendo a porta, o desânimo, o choro constante, dói a alma, o âmago, dói tudo.
O Câncer machuca muito, por ser uma doença impregnada de preconceitos e trazendo como uma das alternativas, a morte.
Não queria escrever essa palavra, mais ela vem embutida, vem como uma perspectiva, se nada der certo, claro que não é esse o destino desejado, muito pelo contrário, colocamos essa opção na última gaveta, guardada no fundo do armário.
Sei que tenho que ser forte, já entrei na luta e não quero perde-la, vou reunir todas as minhas forças, me manter mentalmente ocupada e resignadamente aceitar essa minha mais nova missão: sobreviver a um Câncer, que me corrói.
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